AUTO DA BARCA DO INFERNO - De Gil Vicente (9° ano - Escola Darwin)
AUTO DA
BARCA DO INFERNO - De Gil Vicente
Obra do dramaturgo português Gil Vicente, publicada em 1517, impresso em forma de cordel.
A peça foi encenada pela primeira
vez na presença do rei D.Manoel I e de sua irmã D.Leonor, na câmara da rainha
D.Castela. A obra encantou toda a realeza e parentes.
A obra constrói uma alegoria
do juízo final, o cenário é constituído de duas embarcações, cada uma com um
comandante. A embarcação que vai para o paraíso é comandada por
um anjo e a que se dirige para o inferno é comandada pelo demo.
A história desencadeia-se com a chegada dos
personagens que buscam a vida eterna. No julgamento de seus atos em vida,
somente o anjo pode absolver e encaminhá-lo para qual barca deverão seguir.
A obra expressa uma religiosidade
alegórica em teatro poético com versos, metáforas, rimas e agudezas. Os
personagens representam o povo, o clero e a nobreza.
Cada personagem recebe uma
condenação, baseado em palavras e atos. O exemplo de personagem que chama a
atenção do leitor é o Frade Namorador, que é condenado ao inferno por ter dado
vasão aos prazeres do mundo.
A peça se caracteriza como um auto, designação genérica para peças cuja
finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos
ou profanos, sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentido
moralizador.
Gil Vicente era o dramaturgo
preferido dos reis, viveu maior parte de sua vida em Lisboa, era ourives e
poeta. Suas obras não seguiu um padrão fixo e não há registros de existência de
teatro antes de Gil Vicente em Portugal.
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Auto da Barca do Inferno(Gostei desse resumo!)
Antes de mais nada, "auto"
é uma designação genérica para peça, pequena representação teatral. Originário
na Idade Média, tinha de início caráter religioso; depois tornou-se popular,
para distração do povo. Foi Gil Vicente que introduziu esse tipo de teatro em
Portugal.
O "Auto da Barca do
Inferno" ( 1517) representa o juízo final católico de forma satírica e com
forte apelo moral. O cenário é uma espécie de porto, onde se encontram duas
barcas: uma com destino ao inferno, comandada pelo diabo, e a outra, com
destino ao paraíso, comandada por um anjo. Ambos os comandantes aguardam os
mortos, que são as almas que seguirão ao paraíso ou ao inferno.
Chegam os mortos:
Os mortos começam a chegar. Um
fidalgo é o primeiro. Ele representa a nobreza, e é condenado ao inferno por
seus pecados, tirania e luxúria. O diabo ordena ao fidalgo que embarque. Este,
arrogante, julga-se merecedor do paraíso, pois deixou muita gente rezando por
ele. Recusado pelo anjo, encaminha-se, frustrado, para a barca do inferno; mas
tenta convencer o diabo a deixá-lo rever sua amada, pois esta "sente
muito" sua falta. O diabo destrói seu argumento, afirmando que ela o estava
enganando.
Um agiota chega a seguir. Ele também
é condenado ao inferno por ganância e avareza. Tenta convencer o anjo a ir para
o céu, mas não consegue. Também pede ao diabo que o deixe voltar para pegar a
riqueza que acumulou, mas é impedido e acaba na barca do inferno.
O terceiro indivíduo a chegar é o parvo (um tolo, ingênuo). O diabo tenta convencê-lo a entrar na barca do inferno; quando o parvo descobre qual é o destino dela, vai falar com o anjo. Este, agraciando-o por sua humildade, permite-lhe entrar na barca do céu.
O terceiro indivíduo a chegar é o parvo (um tolo, ingênuo). O diabo tenta convencê-lo a entrar na barca do inferno; quando o parvo descobre qual é o destino dela, vai falar com o anjo. Este, agraciando-o por sua humildade, permite-lhe entrar na barca do céu.
A alma seguinte é a de um sapateiro,
com todos os seus instrumentos de trabalho. Durante sua vida enganou muitas
pessoas, e tenta enganar também o diabo. Como não consegue, recorre ao anjo,
que o condena como alguém que roubou do povo.
O frade é o quinto a chegar... com
sua amante. Chega cantarolando. Sente-se ofendido quando o diabo o convida a
entrar na barca do inferno, pois, sendo representante religioso, crê que teria
perdão. Foi, porém, condenado ao inferno por falso moralismo religioso.
Brísida Vaz, feiticeira e
alcoviteira, é recebida pelo diabo, que lhe diz que seu o maior bem são
"seiscentos virgos postiços". Virgo é hímen, representa a virgindade.
Compreendemos que essa mulher prostituiu muitas meninas virgens, e
"postiço" nos faz acreditar que enganara seiscentos homens, dizendo
que tais meninas eram virgens. Brísida Vaz tenta convencer o anjo a levá-la na
barca do céu inutilmente. Ela é condenada por prostituição e feitiçaria.
De judeus
e "cristãos novos"
A seguir,
é a vez do judeu, que chega acompanhado por um bode. Encaminha-se direto ao
diabo, pedindo para embarcar, mas até o diabo recusa-se a levá-lo. Ele tenta
subornar o diabo, porém este, com a desculpa de não transportar bodes, o
aconselha a procurar outra barca. O judeu fala então com o anjo, porém não
consegue aproximar-se dele: é impedido, acusado de não aceitar o cristianismo.
Por fim, o diabo aceita levar o judeu e seu bode, mas não dentro de sua barca,
e, sim, rebocados.
Tal trecho faz-nos pensar em preconceito antissemita do autor, porém, para entendermos por que Gil Vicente deu tal tratamento a esse personagem, precisamos contextualizar a época em que o auto foi escrito. Durante o reinado de dom Manuel, de 1495-1521, muitos judeus foram expulsos de Portugal, e os que ficaram, tiveram que se converter ao cristianismo, sendo perseguidos e chamados de "cristãos novos". Ou seja, Gil Vicente segue, nesta obra, o espírito da época.
Tal trecho faz-nos pensar em preconceito antissemita do autor, porém, para entendermos por que Gil Vicente deu tal tratamento a esse personagem, precisamos contextualizar a época em que o auto foi escrito. Durante o reinado de dom Manuel, de 1495-1521, muitos judeus foram expulsos de Portugal, e os que ficaram, tiveram que se converter ao cristianismo, sendo perseguidos e chamados de "cristãos novos". Ou seja, Gil Vicente segue, nesta obra, o espírito da época.
Representantes do judiciário
O corregedor e o procurador,
representantes do judiciário, chegam, a seguir, trazendo livros e processos.
Quando convidados pelo diabo para embarcarem, começam a tecer suas defesas e
encaminham-se ao anjo. Na barca do céu, o anjo os impede de entrar: são
condenados à barca do inferno por manipularem a justiça em benefício próprio.
Ambos farão companhia à Brísida Vaz, revelando certa familiaridade com a
cafetina - o que nos faz crer em trocas de serviços entre eles e ela...
O próximo a chegar é o enforcado, que acredita ter perdão para seus pecados, pois em vida foi julgado e enforcado. Mas também é condenado a ir ao inferno por corrupção.
O próximo a chegar é o enforcado, que acredita ter perdão para seus pecados, pois em vida foi julgado e enforcado. Mas também é condenado a ir ao inferno por corrupção.
Por fim, chegam à barca quatro
cavaleiros que lutaram e morreram defendendo o cristianismo. Estes são
recebidos pelo anjo e perdoados imediatamente.
O bem e o mal
Como você percebeu, todos os
personagens que têm como destino o inferno possuem algumas características
comuns, chegam trazendo consigo objetos terrenos, representando seu apego à
vida; por isso, tentam voltar. E os personagens a quem se oferece o céu são
cristãos e puros. Você pode perceber que o mundo aqui ironizado pelo autor é
maniqueísta: o bem e o mal, o bom e o ruim são metades de um mundo moral
simplificado.
O "Auto da Barca do
Inferno" faz parte de uma trilogia (Autos da Barca "da Glória",
"do Inferno" e "do Purgatório"). Escrito em versos de sete
sílabas poéticas, possui apenas um ato, dividido em várias cenas. A linguagem
entre os personagens é coloquial - e é através das falas que podemos
classificar a condição social de cada um dos personagens.
Valores
de duas épocas
Escrita na passagem da Idade Média
para a Idade Moderna, a obra oscila entre os valores morais de duas épocas: ao
mesmo tempo que há uma severa crítica à sociedade, típica da Idade Moderna, a
obra também está religiosamente voltada para a figura de Deus, o que é uma
característica medieval.
A sátira social é implacável e
coloca em prática um lema, que é: "rindo, corrigem-se os defeitos da
sociedade". A obra tem, portanto, valor educativo muito forte. A sátira
vicentina serve para nos mostrar, tocando nas feridas sociais de seu tempo, que
havia um mundo melhor, em que todos eram melhores. Mas é um mundo perdido,
infelizmente. Ou seja, a mensagem final, por trás dos risos, é um tanto
pessimista.
Temática
Sátira social - Esta obra tem dado margem a leituras muito resumidas, que grosseiramente nela só veem uma farsa. Mas se Gil Vicente fez a análise impiedosa das "doenças" que corroíam a sociedade em que viveu, para propor um caminho decidido de transformação.
Na peça, é clara a inteção do autor em expor de forma satírica e despojada os grandes vícios humanos. A forma encontrada para isso reside nos personagens, ou melhor, nas almas que se apresentam no porto em busca do transporte para o outro lado, dentro da visão católica e platônica de céu e inferno.
Sátira social - Esta obra tem dado margem a leituras muito resumidas, que grosseiramente nela só veem uma farsa. Mas se Gil Vicente fez a análise impiedosa das "doenças" que corroíam a sociedade em que viveu, para propor um caminho decidido de transformação.
Na peça, é clara a inteção do autor em expor de forma satírica e despojada os grandes vícios humanos. A forma encontrada para isso reside nos personagens, ou melhor, nas almas que se apresentam no porto em busca do transporte para o outro lado, dentro da visão católica e platônica de céu e inferno.
Ela proporciona uma amostra do que
era a sociedade lisboeta (de LISBOA, Portugal) das décadas iniciais do século
XVI, embora alguns dos assuntos discorridos sejam pertinentes à atualidade.
Auto da Barca do Inferno, de
Gil Vicente, é um auto onde o barqueiro do inferno e o do céu esperam à
margem os condenados e os agraciados. Os que morrem chegam e são acusados pelo
Diabo e pelo Anjo, mas apenas o Anjo absolve.
Estilo
Obra escrita em versos, em tom coloquial e com intenção marcadamente doutrinária, fundindo em algumas passagens o português, o latim e o espanhol. Cada personagem apresenta, através da fala, traços que denunciam sua condição social.
Obra escrita em versos, em tom coloquial e com intenção marcadamente doutrinária, fundindo em algumas passagens o português, o latim e o espanhol. Cada personagem apresenta, através da fala, traços que denunciam sua condição social.
Estrutura
Como já citado, a peça se caracteriza como um auto, designação genérica para peças cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentimento moralizador. O auto não tem uma estrutura definida, não estando dividido em atos ou cenas, é uma peça teatral em um único ato, subdividido em cenas marcadas pelos diálogos que o Anjo ou o Diabo travam com os personagens.
Como já citado, a peça se caracteriza como um auto, designação genérica para peças cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentimento moralizador. O auto não tem uma estrutura definida, não estando dividido em atos ou cenas, é uma peça teatral em um único ato, subdividido em cenas marcadas pelos diálogos que o Anjo ou o Diabo travam com os personagens.
Cenário
Um ancoradouro, no qual estão atracadas duas barcas. Todos os mortos, necessariamente, têm de passar por esta paragem, sendo julgados e condenados ou à barca da Glória ou à barca do Inferno.
Um ancoradouro, no qual estão atracadas duas barcas. Todos os mortos, necessariamente, têm de passar por esta paragem, sendo julgados e condenados ou à barca da Glória ou à barca do Inferno.
A peça tem seu início quando as
almas chegam subitamente a um rio (ou braço de mar) que, forçosamente, todos os
mortos terão de atravessar, não sem antes sofrerem um julgamento.
Ao que tudo indica, o cenário da
peça era rudimentar, possivelmente um salão (quarto) e alguns poucos móveis e
panos. A mímica tem lugar de destaque, servindo de marcação e de direcionamento
da ação.
Personagens
Diabo: condutor das almas ao Inferno, conhece muito bem cada um dos personagens que lhe cai às mãos; é zombeteiro, irônico e bom argumentador. Gil Vicente não pinta o Diabo como responsável pelos fracassos e males humanos; o Diabo é um juiz, que exibe às claras o lado mais recôndito dos personagens, penetrando nas consciências humanas e revelando o que cada um deles procura esconder.
Diabo: condutor das almas ao Inferno, conhece muito bem cada um dos personagens que lhe cai às mãos; é zombeteiro, irônico e bom argumentador. Gil Vicente não pinta o Diabo como responsável pelos fracassos e males humanos; o Diabo é um juiz, que exibe às claras o lado mais recôndito dos personagens, penetrando nas consciências humanas e revelando o que cada um deles procura esconder.
Fidalgo:
representa a nobreza, e chega com um pajem, tem uma roupagem exagerada e uma
cadeira de espaldar, elementos característicos de seu status social. O diabo
alega que o Fidalgo o acompanhará por ter tido uma vida de luxúria e de
pecados, sendo portanto, condenado pela vida pecaminosa, em que a luxúria, a
tirania e a falta de modéstia pesam como graves defeitos. Ao Fidalgo, nada lhe
valem as compras de indulgências, ou orações encomendadas. A figura do Fidalgo,
arrogante e orgulhoso, permite a crítica vicentina à nobreza, e é centrada nos
dois principais defeitos humanos: o orgulho e a prática da tirania.
Onzeneiro:
o
segundo personagem a ser inquirido é o Onzeneiro, usurário que ao chegar à
barca do Diabo descobre que seu rico dinheiro ficara em terra. Utilizando o
pretexto de ir buscar o dinheiro, tenta convencer o Diabo a deixá-lo retornar,
demonstrando seu apreço às coisas mundanas. O Diabo não aceita que o Onzeneiro
volte à terra para reaver suas riquezas, condenando-o ao fogo do Inferno.
Parvo: um
dos poucos a não ser condenado ao Inferno. O Parvo chega desprovido de tudo, é
simples, sem malícia e consegue driblar o Diabo, e até injuriá-lo. É uma alma
pura, cujos valores são legítimos e sinceros. Ao passar pela barca do Anjo, diz
ser ninguém. Então, por sua humildade e por seus verdadeiros valores, é
conduzido ao Paraíso. Em várias passagens da peça, o Parvo ironiza a pretensão
de outros personagens, que se querem passar por "inocentes" diante do
Diabo.
Sapateiro:
representante dos mestres de ofício, que chega à embarcação do Diabo carregando
seu instrumento de trabalho, o avental e as formas. É um desonesto explorador
do povo. Habituado a ludibriar os homens, procura enganar o Diabo, que
espertamente não se deixa levar por seus artifícios e o condena.
Frade:
como
todos os representantes do clero, focalizados por Gil Vicente, o Frade é
alegre, cantante, bom dançarino e mau-caráter. Chega acompanhado de sua amante,
e acredita que por ter rezado e estar a serviço da fé, deveria ser perdoado de
seus pecados mundanos. Dá uma lição de esgrima ao Diabo (que finge não saber
manejar uma arma), o que prova a culpa do espadachim, já que frades não lidam
com armas. E contra suas expectativas, é condenado ao fogo do inferno. Deve-se
dosar que Gil Vicente desfecha ardorosa crítica ao clero. acreditando-o incapaz
de pregar as três coisas mais simples: a paz, a verdade e a fé.
Brísida
Vaz:
agenciadora de meretrizes, misto de alcoviteira e feiticeira. Por sua
devassidão e falta de escrúpulos, é condenada. É conhecida de outros
personagens que utilizaram em vida seus serviços. Inescrupulosa, traiçoeira,
cheia de ardis, não consegue fugir à condenação. Personagem que faz o público
leitor conhecer a qualidade moral de outros personagens que com ela se
relacionaram.
Judeu:
entra
acompanhado de seu bode. Detestado por todos, até mesmo pelo Diabo que quase se
recusa a levá-lo, é igualmente condenado, inclusive por não seguir os preceitos
religiosos da fé cristã. Bom lembrar que, durante o reinado de D. Manuel, houve
uma perseguição aos judeus visando à sua expulsão do território português;
alguns se foram, carregando grandes fortunas; outros, converteram-se ao
cristianismo, sendo tachados cristãos novos.
Corregedor
e o Procurador: ambos representantes do judiciário: juiz e
advogado. Deveriam ser exemplos de bom comportamento e acabaram sendo
condenados justamente por serem tão imorais quanto os mais imorais dos mortais,
manipulando a justiça de acordo com as propinas recebidas, pois faziam da lei
sua fonte de recursos ilícitos e de manipulação de sentenças. A índole
moralizadora do teatro vicentino fica bastante patente com mais essa
condenação, envolvendo a Justiça humana, na figura dos representantes do
Direito.
Enforcado:
chega ao batel acreditando ter o perdão garantido por seu julgamento terreno e
posterior condenação à morte. Isso teriam lhe redimido dos pecados, mas é
condenado também a ir para o Inferno.
Cavaleiros
Cruzados: finalmente chegam à barca quatro cavaleiros cruzados, que
lutam pelo triunfo da fé cristã e morrem em poder dos mouros. Obviamente, com
uma ficha impecável, serão todos julgados, perdoados e conduzidos à Barca da
Glória.
Cada um dos personagens focalizados
adentram a morte com seus instrumentos terrenos, são venais, inconscientes e
por causa de seus pecados não atingem a Glória, a salvação eterna. Destaque
deve ser feito à figura do Diabo, personagem vigorosa que, como vimos, conhece
a arte de persuadir, é ágil no ataque, zomba, retruca, argumenta e penetra nas
consciências humanas. Ao Diabo cabe denunciar os vícios e as fraquezas, sendo o
personagem mais importante na crítica que Gil Vicente tece de sua época.
No auto, o autor faz o Diabo –
sujeito/protagonista – parecer-se com um vendedor, ou seja, ele conhece bem as
pessoas e é um ótimo argumentador, e busca obter o maior número de objetos, ou
seja, de almas. Porém, como o próprio nome da personagem já diz, para enfatizar
os mitos, o Diabo age como zombeteiro e irônico em certos momentos da peça,
exibindo o lado mais errado dos personagens e revelando o que cada um deles
deseja esconder, seus vícios e suas fraquezas. Como competência, ele tem o
poder de retrucar, argumentar e penetrar nas consciências humanas, e como
performance acaba por levar cada personagem ao ato de refletir sobre seus
feitos, para que percebam que não foram bons em vida, destacando assim o Teocentrismo
(Deus como centro de tudo) medieval. Nesse momento, o diabo age como um
terapeuta espiritual, mesmo sabendo que os personagens tentarão entrar na barca
com o Anjo – seu oponente. Como sanção de sua competência, o Diabo consegue
encher sua barca e segue em direção ao inferno.
OBS.: Este estudo não substitui a Leitura da Obra!!!
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